Povos ribeirinhos

A ocupação dos territórios em MT ocorreu primeiramente pelos rios. As águas dos rios eram os espaços de circulação antes da abertura das estradas e, ao longo destes leitos, foram formando?se várias comunidades que deram origem aos centros urbanos. Nessas margens, também, estabeleceram?se os povos ribeirinhos.

Associado a pesca, em geral, este grupo desenvolve uma economia de subsistência pelo cultivo de hortaliças, frutas, raízes e grãos. Alguns têm a economia complementada pelo extrativismo vegetal. O rio habita a identidade dessa gente que navega pelos caminhos das águas nesta imensidão do Estado, em particular, suas expressões de vida se organizam nas dinâmicas das cheias e das vazantes. Os ribeirinhos conhecem as artimanhas e os remansos dos rios, deslizam em suas corredeiras como os dias da própria existência, rememoram em suas narrativas o tempo das fartas águas e dos muitos peixes. Os povos ribeirinhos é, portanto, uma forte expressão identitária no Araguaia, nos igarapés amazônicos, nos corixos pantaneiros e às margens dos caudalosos rios do Cerrado mato?grossense.

Os ribeirinhos são uma população que vive à beira dos rios, com maior identificação com a água do que com a terra, a atividade é, predominantemente, pesqueira, apoiada pela agricultura de várzea e de terra firme.

Os principais conflitos socioambientais enfrentados por estes povos estão relacionados ao acesso aos produtos pesqueiros, de forma peculiar, pela invasão dos pescadores profissionais impulsionados pelo turismo da pesca. Relataram durante os seminários que lutam para manter a forma tradicional de viver que, atualmente, o leito do rio está mudando, pois há muita seca nas estiagens, assim como, há falta de peixes nos rios, devido à sobrepesca.

Os Fronteiriços e Beiradeiros

Há alguns assentados que vivem de agricultura de subsistência próximos a fronteira com a Bolívia, estes se autoidentificam como fronteiriços. Há outro grupo que também tem sua identidade ligada às beiras do rio Roosevelt e rio Guariba, no extremo noroeste do Estado, no município de Colniza, são conhecidos na região como beiradeiros.

 

Referência: SILVA, Regina Aparecida da. Do invisível ao visível: o mapeamento dos grupos sociais do estado de Mato Grosso - Brasil. São Carlos: UFscar, 2011.
Disponível em: <https://onedrive.live.com/view.aspx?cid=17DC7D667214610D&resid=17DC7D667214610D%21343&app=WordPdf>.

 

 

 

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